
mais uma vez, o protagonista é o talentosíssimo wagner moura, ator que tem recebido críticas cada vez mais positivas em suas atuações convincentes e viscerais. nessa película, wagner faz o papel de um capitão do bope (batalhão de operações especias da brigada militar, do rio de janeiro) que dá o recado. em uma fusão de personagens reais e narrado por wagner (no filme, capitão nascimento), o filme enfoca as práticas de corrupção e atos de violência exacerbada cometidas por membros da corporação. e o melhor: a história é contada sob o ponto de vista da polícia. o bacana do filme é que ele mostra a história como uma narrativa, evidenciando os hábitos, medos e stresses.
o que mais choca no filme, obviamente, são as ações de violência extrema, tanto por parte da polícia quanto dos traficantes. coisas tão reais que parece que foram filmadas em operações mesmo. mas o que mais me chocou, nesse caso, é a reviravolta de opinião que o filme me causou. que fique bem claro, nunca fui a favor de bandido, mas polícia também não me descia na garganta. mas os homens do bope são treinados para atuarem numa guerra. são adestrados como cães selvagens.
sempre tive restrições em relação a truculência das ações policiais, achava tudo exagerado demais. depois do filme, comecei a humanizar o policial e odiar cada vez mais os bandidos e traficantes. e então cheguei a brilhante constatação: polícia só é violenta, porque o crime existe. comecei a acreditar que a polícia pode sim seguir a ideologia americana “to protect and server”. Poderia ser assim, caso não existisse o bandido e toda a violência que vem com ele.
mas não, para proteger os cidadãos, a polícia precisa intervir, de maneira truculenta e dura, contra aqueles que ameaçam nossa paz. e os bandidos, os traficantes, para garantir o baseadinho do pessoal da zona sul, ou o pó do bom das festinhas high society precisa matar policiais que muitas vezes ganham um salário de fome, para arriscar suas vidas em nome de uma corporação. momentaneamente estou do lado da polícia, comecei a dar razão a ela.
não curti muito a música tema... nada mais óbvio: tropa de elite, do tihuana, música que fez sucesso lá pela década de noventa. mas de verdade não tenho outra sugestão. só, sei lá, não curti essa música.
o filme é um tapa na cara da sociedade, capaz de mostrar outros lados de várias moedas. sem contar que é daqueles filmes que passam voando, de tão bom que é. e no final, dá vontade de começar a ver de novo. vale a pena (que me perdoem os defensores da anti-pirataria).
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