
ela detesta almoçar sozinha.
tá, muitos podem achar agradável e até mesmo normal. mas ela detesta. acha deprimente.
principalmente quando na mesa ao lado tem tanta gente divertida/animada/sorridente/botandoafofocaemdia.
ela detesta.
mas um dia isso mudou.
foi quando ela percebeu o cara da mesa ao lado.
um ar de quem não é daqui.
um jeito misterioso, tentando desviar o olhar sempre que ela encara.
e sim, ela encara.
mas ele disfarça.
no início ela achou que ele era um pouco metido.
porém, logo depois entendeu.
sua leve arrogância tinha razão de ser.
ele não poderia olhá-la com atenção.
pelo menos não agora.
e ela tanto fez, tanto insistiu, que ele acabou olhando.
melhor que isso, ele disse oi.
a partir dali os esbarrões começaram a acontecer por acaso.
ora na rua, ora no ciberespaço.
o delicioso acaso.
e junto com o encontro de surpresa, outra surpresa: um abraço.
quente, aconchegante, com cheiro bom.
abraço perfumado. é bem assim.
ela gosta.
ela insiste, de leve.
ele faz de conta que não entende...
e quando se vê ameaçadoramente seduzido, ele diz:
"aninha, aninha..."
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