ontem de noite, mexendo nos meus guardados, encontrei esse texto. não quero mentir, mas escrevi quando tinha uns 13 ou 14 anos. relendo, fiz uma rápida associação com o roteiro que eu escrevi na faculdade, 2008. as histórias (do conto aí de baixo e do curta) são bem parecidas.
pra ver como as coisas ficam guardadas dentro da gente, no inconsciente. mistérios da mente humana... vai entender. bia, é ou não é igualzinho ao nosso curta???
é um pouco piegas, mas sei lá. ei-lo.
"tudo aconteceu num sábado. nublado e com chuva. aqueles dias cinzas que parecem não ter fim. um só dia, mas para ela foi como dar uma volta completa ao redor do sol.
alice acordou tarde, envolta numa preguiça sem fim, pois, afinal, a chuva que batia no telhado e o dia nublado conspiravam a seu favor. pela janela entreaberta podiam-se ver orquídeas, lindas, muitas, vivas.
foi durante esse minucioso observar pela janela, através da cortina e além do jardim que alice percebeu o jovem parado, a roupa molhada e os cabelos desalinhados sobre o rosto sereno.
um fato inusitado, levando em conta que nesse momento o céu parecia desabar sobre a cidade.
numa fração de segundo, um instante menor do que um suspiro, batidas na porta da frente. o som pareceu distante, perdido numa imensidão de espaço, num silencioso sábado de manhã. o instinto pressente aquilo que não se pode explicar. por um mísero segundo, alice teve a certeza de que atrás daquela porta estava quem ela sempre esperou.
de repente, o mesmo rosto sereno, os cabelos desalinhados e a roupa ainda mais molhada. ele aninhou-se naquele abraço, como a pedir proteção. beijou seu rosto e suas mãos, acariciou seu cabelo, abraçou alice forte e ficou quieto, roubando dela todo o calor.
o amor brota por todos os poros. naquele dia a felicidade fez suas vítimas. naquele sábado nublado e chuvoso, alice foi infinitamente amada. um dia sem fim. como se estivessem dando uma volta completa ao redor do sol."
a folha de ofício, amarelada pela ação do tempo e datilografada na minha velha e boa olivetti sugere a idade do texto...
Um comentário:
Igualzinho...e o curta é teu, mana!
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