
virei a noite remoendo conversas e situações, tentando encontrar respostas.
quem a gente pensa que é pra achar que pode saber sempre de tudo, que entende tudo e que sempre vai ter as respostas que precisa?
que titica de gente nós somos, afinal?
de que vale uma vida? quanto vale a nossa vida?
qual a razão dessa existência?
são mil dúvidas que me enchem a cabeça, tomando meu
coração de assalto e me deixando numa melancolia de dar dó.
lendo o belíssimo texto que a fran escreveu sobre o ricardo, me emocionei.
e os questionamentos dela sobre a vida e a morte
me fizeram pensar que nem todo o meu estudo
na monografia me ajuda nessa hora.
passei muitos meses lendo e escrevendo sobre a morte, o luto, a dor da perda.
na defesa do meu trabalho de conclusão da faculdade, segura e tranquila, tentei passar pra todos a idéia de que a morte é só uma passagem, pois logo nos reencontraremos.
busquei fazê-los entender que morrer é consequência natural de quem tá vivo e que jamais nenhuma pessoa nesse mundo vai estar imune a ela.
somos todos mortais. a vida, de certa forma até pode ser evitada. mas a morte nunca.
e mesmo eu, toda segura, toda tranquila em relação a morte, encontro-me agora procurando respostas e com uma dor que parece não ter mais fim.
espero um dia entender. e mais do que isso, ter forças pra dar a ele a luz que ele precisa. pra de lá, de onde ele estiver, ficar do meu lado, do jeito que eu sempre quis.
diz a fran:
"um dia temos um moço que "galopando" diz feliz que se vai pra fronteira...E ele até cantou comigo em frente à redação: _Hoje me vou pra fronteira, pois queira ou não queira, vou ver meu amor.._ canta Ceratti, que ainda acrescentou com aquele olhar tão peculiar e "bovino"(maneira carinhosa que o chamávamos), vou ver meus amores... que são tantos... E rimos juntos (pela última vez... e é só isso que quero guardar dele). E o jovem Ceratti bradava sempre aos quatro ventos que queria aproveitar à vida, creio que nem ele mesmo sabia como definir o que era este "aproveitar", mas ele precisava disso, dessa "liberdade", por isso não tinha amores, nem objetos, nem crenças que o prendessem, ele queria bailar, bailar e bailar..."
sigo tentando entender. vou continuar rememorando conversas, coisas ditas, momentos de silêncio. um dia a minha ficha vai cair e eu finalmente terei entendido tudo o que ele quis me dizer. e mais, vou finalmente compreender a maneira que ele encontrou de me preservar. isso deve ter sido um ato de amor.
3 comentários:
Querida,
Queria te pedir perdão pelo meu atabalhoamento nesses dias. Quando soube da notícia, Bia entrou no MSN e comentei "não vou saber contar pra Aninha". Aliás, não soube contar pra ninguém uma notícia tão absurda.
E também esqueci de te ligar, na noite de domingo, pra te dar as notícias do funeral. Não sei se é certo te deixar recado no blog, mas não quis te acordar na madrugada pra te informar.
Me perdoa?
Nosso querido chega às 10h às capelas do Caridade. O enterro está previsto para às 17h. Vou o mais cedo possível para o trabalho, de forma que possa me despedir às 16h. Me liga a hora que precisar, tá? Se você for ao enterro, estarei lá pra pegar na tua mão.
Se quiser, delete esse comment.
É muito pessoal, acho...
Que Nossa Senhora nos console neste momento tão difícil.
Beijinhos
Aninha, acho que numa hora triste assim não existe nada que console. Quero só que saiba que estarei pensando em ti e em todos os amigos que hoje sofrem com esta estupidez. Um beijo grande! Te cuida! Estou aqui para o que precisar.
Meu solidário silêncio.
Meu colo. Meu ombro. Meu abraço.
E uma coisa que só se diz pra mulher de verdade :
"Não te micha, lagartixa ! "
Bj
JP
Postar um comentário