(paulinho moska)
era uma tarde de sexta-feira. ela ainda trabalhava, apesar do expediente já ter encerrado há tempos. mas ela não tinha vontade de ir pra casa. nem tampouco, vontade de estar ali. foi então que se deu conta que o vazio existencial iria com ela, não importa para onde fosse.
ela passou metade do dia abrindo a janela do msn, só pra conferir se ele estava online. e sim. ele estava. ao invés de ficar feliz, ela sentiu uma dor no peito ao ver o nome dele - curto, forte, bíblico - ali, com um risco em cima, bloqueado. isso a incomodava bastante. o nome que ela pronunciou tantas vezes por achar bonito e sonoro, ali, riscado por um traço vermelho. mas ela sabia que só dessa maneira poderiam conviver e essa era a única maneira de tê-lo por perto. um nome com um risco no meio. e só.
mas hoje, o nome dele estava acompanhado por uma palavrinha inquietante e angustiante: "mal". na hora em que viu, ela ficou com uma culpa imensa, se questionando se foi ela quem causou esse sentimento nele. mas ela se recusa a sentir culpa, esse é um sentimento que prometeu se livrar. depois, cogitou outras hipóteses... "mal" pelo excesso de trabalho... "mal" por saudade de casa... "mal"de grana... "mal" do estômago... ou, o que lhe pareceu pior: "mal" por alguém. mas que direito ela tem de se importar? nenhum. mas, e se ele estivesse "mal" por alguém? e se realmente fosse isso, ao invés do que se poderia esperar, como um ciúme ou dor de cotovelo, ela sentiu uma profunda admiração por essa pessoa que causou nele essa sensação. tal pessoa, pelo menos, descobriu o caminho que leva até o coração dele. pena que não soube aproveitar tudo de bom que ele tem pra oferecer. mas não. definitivamente não era ela a causadora daquele sentimento nele. ele não poderia estar mal por não ter dado a ela o que ela queria. ele não poderia estar mal, por ter feito sua escolha. e mais, como estar mal por não ter conseguido nutrir o sentimento que despertou nela? nesse momento, o que ela mais queria era saber como fazer para tê-lo junto de si. pra sempre.
Um comentário:
Ana, me identifiquei, risos... corações partidos, amores não correspondidos... Beijos querida, adorei ver-te sábado. Me convida pra outra?
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