21 de abr. de 2010

nunca nada fez tanto sentido...


ressoando pelas paredes



toda vez que me despeço de ti
é apenas meu corpo que se vai
porque o meu espírito aventureiro permanece contigo
basta lembrares daquilo que te disse ao acordar
leres o poema que deixei rascunhado sob a cama
olhares as marcas que ilustrei na tua vida
para que percebas a minha presença no ar
meu cheiro amadurece & não fenece na tua lembrança
minha voz ainda ressoa pelas paredes
te vigio solonemente à distância através do pensamento
apanhei algumas frutas & as deixei sobre a mesa
para que tu te revigores ao longo de um dia tranquilo
parti cantando uma antiga canção burlesca
alegria fortalece a aura & amedontra o inimigo
pegadas das minhas botas ainda sujam a entrada do teu quarto
prova visível de que tu não estás sozinha
demarcando o quão palpável o instante passado pode ser


o eterno retorno cavalga com o poente
a roda de um moinho nunca gira ao contrário
assista o limiar de um acaso previsível


o caminho que me leva é o mesmo que me traz
conquistas inexistem sem minha volta à tua porta

(márcio grings - saindo da linha - 2002)

Um comentário:

Anônimo disse...

bah, eu tenho esse livro e adoro esses escritos do grings! :D
bejo, amo.