sobre jornaistas e diplomas

todo mundo tem sua opinião. algumas bastante equivocadas. eu conheço uma pá de gente assim. mas eu nao entendo que trauma mal resolvido alguns indivíduos têm com jornalistas. não sei porque opinam tanto, já que a causa não é deles, é nossa. a essas pessoas (?) de mente pequena, tenho duas sugestões. dispensem o estagiário (de jornalismo), que tá se qualificando pra ter seu diploma por aquela faculdade que você adora criticar (por ser particular) e contrata um estagiário de qualquer outra profissão, já que no seu entendimento pequeno, qualquer um pode ser jornalista. ou então, faça vestibular e curse jornalismo, estuda bastante, leia bastante, seja humilde pra aceitar opiniões diferentes das suas, aprenda com os bons mestres e se qualifique. tenha uma profissão. um registro profissional. um MTB. talvez consigam enfiar nessa sua cabeça dura a enorme responsabilidade que é trabalhar com a informação noticiosa.

ou então, coisa bem mais simples... vá ler os livros "O caso da Escola Base - os abusos da imprensa" ou então "Bar Bodega - um crime de imprensa" pra ver a ação devastadora provocada na vida das pessoas quando outras - que pensam que qualquer um pode ser jornalista - resolvem se colocar a serviço da imprensa sem a devida QUALIFICAÇÃO.

eu também conheço gente que escreve muito bem (e acho que quem precisa escrever bem é poeta, jornalista tem que saber fazer síntese noticiosa) e é excelente jornalista. mas esses são os jornalistões de antigamente, em um tempo onde os cursos profissionalizantes eram raros. hoje, com a profusão de cursos universitários, não tem desculpa pra não se qualificar. eu, por exemplo, sempre escrevi bem, sempre tive a curiosidade natural dos jornalistas. mas agradeço aos céus todos os dias pelas técnicas - jornalísticas - que a faculdade me ensinou e pela formação humanista e ética que aprendi nos bancos acadêmicos. sem estas, eu continuaria escrevendo bem, mas jamais entenderia as coisas sob a ótica do jornalista. ou, como ensina bourdieu (1997: 25) "os jornalistas possuem 'óculos especiais' através dos quais vêem certos acontecimentos e não outros" – "e vêem de uma certa maneira as coisas que vêem".

outro disparate que eu já fui obrigada a escutar, é que os sindicatos "mordem"... ser sindicalizado não é uma obrigatoriedade. é ma questão de pertencimento, de fazer parte, de "estamos juntos nem que tudo exploda". me formei e em menos de 15 dias estava sindicalizada. nem tinha me formado e já participava das discussões.

ninguém precisa concordar comigo. só peço aos recalcados de plantão que respeitem a profissão que eu escolhi e exerço com paixão, coerência, ética e responsabilidade.

coisas que jornalistas não diplomados talvez nunca irão entender. pior ainda aquelas pessoas que pensam que são uma coisa, trabalham como se essa coisa fosse, mas morrem de recalque por não conseguir ser aquilo que realmente gostariam.