12 de dez. de 2010

"recolha seu coração louco e tente de novo"


há muito que o marcio grings - a quem carinhosamente chamo de 'mano' - me apresenta coisas que se tornaram marcos na minha vida. foi assim quando das mãos dele ganhei fitas cassete com a música de raul seixas e neil young, por exemplo. e agora, o mano me apresenta um dos filmes mais sensíveis que já vi.

"crazy heart" (coração louco), com jeff bridges e maggie gyllenhaal, me derrubou. isso porque eu não esperava mais do que um filme com uma boa trilha sonora e uma fotografia linda. a história de coração louco gira em torno do músico bad blake (bridges) e sua carreira quase decadente, sua relação com o álcool e o cigarrro, sua vida desregrada e solitária. mas foi a história paralela de jean (gyllenhaal) - uma mãe solteira que só quero o melhor para si e seu filho - que me tocou. rolou uma identificação violenta entre a vida da personagem e a minha. e isso me fez chorar do início ao fim.

o filme é denso, mas é sensível. é um filme daqueles em que se pode dizer que qualquer semelhança não é mera coincidência. conheço algumas histórias como as que se passam na película. a relação (ou falta dela) pai e filho que se estabelece na trama é uma velha conhecida minha. é um filme com uma trilha sonora linda, dessas que faz a gente ter vontade de escutar todos os dias. o final é real, provando que finais não ideais podem sim representar finais felizes.

esse filme me tocou. teria muito mais pra falar a respeito. mas ainda preciso levar algum tempo pra digerir o que vi na tela. preciso repensar algumas atitudes em relação às minhas relações pessoais. enquanto isso, aos que quiserem se emocionar com uma bela história e atuações impecáveis, assistam "crazy heart".

Um comentário:

Jozi Elen Fleck disse...

Oi, Aninha. Não sei o que é mais legal: se ter amigos que me chamam de louca ou se reconhecem na nossa loucura uma forma de viver uma vida sem aprisionamento. Digo isso, por que semana passada fui tachada de fria. Sim tachada, como se fosse uma loucura minha optar pelo que decidi na minha vida: me desapegar de um trabalho que me dava dinheiro mas que me aprisionava no tempo. Bem, sabes que respondi por meio de um texto, né? é a forma que sei me expressar pra mim e para quem conseguir ler.Enfim, ter amigos que nos chegam com presentes assim, que mexem com nossas peculiares histórias, é sinal de que temos uma loucura boa. De que não somos frios. Não é frieza, é um coração louco. Portanto, a maior sensibilidade que pode haver. A todos, loucura no coração. Aninha, obrigada por tudo.
beijos, Jozi, O Lugar das Cores Escritas